Era uma noite sem ventos e particularmente escura. Das três luas, apenas a menor e mais distante está no céu, e ela não está cheia. Os marinheiros no turno da noite decidem subir as velas e ficar à deriva, aguardando uma melhoria no tempo ou visibilidade. Das 26 almas à bordo do Brigue El Mar Oscuro, 8 estão acordadas.
El Mar Oscuro
Dick Bonnie é uma dessas almas. Apesar de não ser exatamente um prisioneiro, ele não está totalmente livre. Mas tudo bem, pensa Dick, "Ainda tenho uns dois dias, até o próximo porto, para pensar em como sair dessa enrascada." Ele se perde em pensamento, e olha para o céu estrelado, coisa rara de se ver na sua cidade natal, a Metrópole Caspia e suas luzes a gás.
Perto dele, a mais nova canhoneira/rata-de-convés do El Mar Oscuro estava sem conseguir dormir. Apoiada sobre a balaustrada, Esmeralda pensa sobre sua nova conquista: as semanas de apertar o cinto acabaram. "Porra, que navio bom e rápido! Vai dar para fazer uma boa grana aqui", pensa. Esmeralda olha para sua direita e vê um playboyzinho estranho no convés. obviamente um amante-da-terra-firme. Ele para de olhar para as estrelas e olha para o horizonte, seu queixo cai, e ele aponta para o mar. Esmeralda segue o dedo do homem e olha para bombordo.
Ela sabe que não há nada a fazer. Segura firme na balaustrada e espera pelo pior.
Vindo na direção do El Mar Oscuro, um barco envolto em ferro a todo vapor.
Dick vê a marinheira preparar para o impacto e a imita. Fecha os olhos, mas abre um deles para ver um dos canhões do monstro de metal levantar alguns graus antes de disparar.
Um Ironclad abalroando uma fragata (maior que um brigue)
(Eles realmente faziam isso e era muito eficaz contra navios de madeira)
O encouraçado atira um pouco acima da linha d'água, a queima-roupa. Dick e Esmeralda são lançados ao ar.
El Mar Oscuro é dividido ao meio, Quem estava dormindo não tem chance alguma, os outros 6 marinheiros no deck são consumidos pelo fogo que momentaneamente toma conta da embarcação, antes que o fundo do mar apague o incêndio.
Dick e Esmeralda, cada um agarrado no seu pedaço de madeira, ouvem os gritos dos outros morrendo afogados ou queimados. O fogo se apaga, e a escuridão volta. Ambos acham que estão sozinhos, sem saber que há um colega náufrago há menos de 30 metros de si.
As horas se passam, e a esperança dos dois vai sumindo. Até que, ao longe, ouvem uma voz cantando forte e grave. Uma luz de lanterna pode ser vista, se aproximando. Os dois gritam o mais alto que podem, e só então percebem que há outro sobrevivente por perto.
O barco do cantor para e alguns minutos depois ambos estão a bordo e pingando no convés do Dusk Pilgrim.
Trilha sonora direto do Bob Esponja!
Eirian e Horluk (o cantor) estavam no convés, enquanto o resto dos membros dormiam. Questionando os náufragos eles descobrem duas coisas: primeiro, que Dick é um falastrão que não sabe o que é melhor pra ele. Segundo, que o barco encouraçado que o Peregrino persegue foi o que atacou o El Mar Oscuro, e passou por lá há cerca de 3 horas.
Os outros membros acordam, Cid traz um cobertor, Dick é arremessado, Cid leva o cobertor de volta, e liga o motor à toda, e zarpam em perseguição. Os náufragos são atualizados na situação toda sobre um barco de guerra de Khador estar em águas Cygnarianas roubando umas pedras-mágicas-com-espíritos-de-outra-era chamadas Éspers.
A perseguição segue. Eirian silenciosamente agradece que outra marinheira subiu a bordo, deixa ela no timão e vai tentar pegar umas horas de zzz, não sem antes botar os 1.95m de Tomas do lado da Esmeralda, só para garantir que ela não faça besteira.
Após horas navegando para o Noroeste, fica claro que o barco inimigo entrou no estreito entre o continente e a ilha da Cabeça do Gigante, Esmeralda segue e logo é possível ver o primeiro sinal do sol nascente refletindo no casco do encouraçado khardoriano. Eles eventualmente percebem que estão sendo seguidos e, sem ter velocidade para fugir, ou para onde ir, nesse estreito, decidem reduzir a vantagem de manobrabilidade do Dusk Pilgrim entrando em uma pequena baía.
Próxima trilha sonora, algo mais sóbrio.
E, para ilustrar, um modelo do Dusk Pilgrim vs um modelo do encouraçado khadoriano:
Eirian decide que, como o barco inimigo tem apenas um canhão em operação, e este está em uma torre, a melhor chance do Peregrino é usar seus dois canhões da proa contra eles. Esmeralda se oferece como canhoneira, dizendo ser experiente, e Horluk vai para o outro canhão. Como se o silêncio pré-batalha não fosse tenso o suficiente, Horluk começa a cantar uma música inspiradora.
Eirian espera a distância encurtar entre as embarcações e então conjura uma névoa mágica. Sendo criada a partir do nada, uma névoa surge e envolve o seu barco.
O primeiro tiro de Esmeralda passa acima do convés do encouraçado, Horluk vê e corrige seu tiro alguns graus abaixo, disparando certeiro contra a torre onde, menos de um segundo antes do seu projétil atingí-lo, o canhão inimigo dispara seu primeiro tiro, visto pela tripulação do Dusk Pilgrim como uma nuvem de fumaça, momentos depois o som do tiro chega aos seus ouvidos, e o tiro inimigo é certeiro contra o convés do barco de madeira. A bola de ferro atinge uma antepara de compensado criando uma chuva de farpas em todas as direções. Tomas e Dick estão no caminho, mas, enquanto aquele é uma parede de músculos e consegue não cair e proteger seu rosto, este é pego de surpresa, alem de ser mais frágil. Dick voa com a onda de choque (pela segunda vez no dia), é picotado pelas farpas e esbarra no mastro da proa, quebrando alguns ossos. Uma poça de sangue começa a se formar embaixo dele.
Degar, o padre de Morrow, estava preocupado ajustando sua armadura e escudo para a batalha corpo a corpo que ele previa estar prestes a acontecer. Ele vê Dick no convés e não há dúvidas de que, sem ajuda, o linguarudo irá morrer. O clérigo hesita sobre curar ou não o ferido, algo que não passa desapercebido por Tomas e Eirian, que trocam olhares de "arram, sei".
Degar decide ajudar, vai até o corpo desacordado de Dick, coloca suas mãos sobre ele, e implora a Solovin que interceda junto a Morrow para que este rapaz não parta para Urcaen ainda. As fraturas expostas voltam seus ossos para os lugares aceitáveis, e, apesar de ainda ferido e com muitas laceraçòes, Dick acorda.
A troca de tiros continua. Tomas começa a ficar nervosa com a sua tarefa de ficar no convés servindo de alvo, seu nervosismo aumenta e ela começa a correr de um lado para o outro, como uma galinha sem cabeça, procurando o que fazer. "Felizmente" um tiro certeiro na proa do Dusk Pilgrim, logo acima da linha d'água, faz com que Cid parta para tentar fazer um controle de danos lá por baixo. E Tomas parte para ajudar.
Horluk acerta um segundo tiro na mosca, esse penetra na torre, encontra o estoque de munição dos canhões do encouraçado provocando uma explosão que faz a torre sair girando pelo ar. Gritos de comemoração no convés do Peregrino são encurtados pelo aparecimento, no convés do barco khadoriano, do seu gigante-de-guerra de 3.5m, armado com um martelo gigante, e mais 10 soldados e marinheiros de Khador.
Eirian manobra seu barco para que não abalroe o ferro do inimigo, e chegue a contrabordo, boreste-com-boreste. Tomas volta ao convés, e corre para a proa, para se juntar a Horluk e Degar na linha de frente. Dick, relativamente recuperado do choque, carrega sua pistola e se esconde atrás de um carretel. Esmeralda recarrega seu canhão para mais um tiro, dispara, e acerta o quadril do gigante de Guerra. Ela fica tão empolgada com seu acerto, que começa a comemorar.
O timoneiro do barco inimigo se recusa a deixar Eirian colocar sua embarcação lado a lado com a dele, e tenta chocar sua proa reforçada contra a proa de madeira do Dusk Pilgrim. Eirian consegue evitar o choque, mas não consegue alinhar os costados. Eirian grita para peparar para serem abordados, e, após o choque diagonal entre as proas, deixando apenas 3 metros de contato entre as embarcações, pega sua pistola e mira em um dos marinheiros khadorianos. Horluk para de cantar sua música de batalha e grita improprérios e frases desmoralizadoras contra seus inimigos.
A linha de frente dos Peregrinos se entre olha e decide aguardar no seu convés pela investida do inimigo. Dick e Eirian disparam, outros 5 soldados khadorianos retornam fogo. Um deles, o mais bem vestido, grita para seus companheiros: "O Elo! Alguém pegue a coroa de controle de reserva!".
Alguns soldados pulam no Peregrino, apenas para serem cortados em pedaço por Horluk, Degar e um Tomas que com sangue-nos-olhos, gira sua espada com as duas mãos com tal ferocidade que corta dois soldados inimigos em quatro partes.
A troca de tiros continua, agora Esmeralda acorda, pega sua pistola e também manda chumbo para o outro lado. Tomas é alvejado, mas continua de pé. Degar reza para curar um pouco dos seu ferimento, mas diz que "é a última, hein?".
O Gigante de Guerra pula para o Dusk Pilgrim, com o martelo no ar. Ele desce o martelo sobre o padre, e Degar se defende com seu escudo, mas quase tem o braço quebrado no processo.
O Gigante-de-Guerra que atacou o Dusk Pilgrim é mais ou menos assim. |
Um dos homens no barco inimigo aparece com uma coroa, ele grita para um tal de Tenente Karakov, que responde dizendo "Vladjmir, coloca a porra da coroa na cabeça do Elo!", e Vladjmir pula no convés do Peregrino, se escondendo atrás da caldeira do Gigante de Guerra.
Eiriean, Dick e Esmeralda continuam trocando tiros com os soldados, enquanto Horluk e Degar, vêem que nem os golpes com a fúria-cega de Tomas estão fazendo muito efeito no gigante, e que é uma questão de tempo até o monstro de ferro matá-los.
Mas Horluk ouve uma voz dentro de si, e para de lutar. Hesitando, chacoalhando a cabeça e falando, aparentemente para ninguém: "Mas como? O que eu faço?"
Tomas continua perdendo o fio de sua espada contra o metal do gigante, enquanto Vladjmir espera o momento certo para colocar a coroa sobre sua cabeça.
E é nesse momento que o peito de Horluk canaliza uma explosão de energia, um fluxo que vai até o Gigante-de-Guerra. A energia vai visualmente se tornando água e depois gelo, congelando o gigante no lugar, e o pobre Vladjmir atrás dele também.
Tomas, sangue-nos-olhos, pula no barco inimigo e começa a separar as cabeças dos atiradores dos seus respectivos corpos, Horluk e Degar o seguem. Dick pula no convés do encouraçado, achando que está sorrateiro, mas fazendo o maior barulho. E grita para que eles se rendam. Eles obedecem e largam suas armas. Mas Eirian não quer saber de papo e dispara um último raio de gelo no Tenente inimigo, que cai morto ao chão.
Algo mais feliz.
Nossos "heróis" prendem quatro dos inimigos, e invadem o barco deles para investigar o resto. Além do Ésper, encontram muitas coisas úteis, como: um mapa marcado em khadoriano, 5 Rifles, 4 Pistolas Pequenas, 1 Pistola Militar, 30 Munições para Rifles, 40 Munições para Pistolas, Carvão para as caldeiras do Dusk Pilgrim e também do Gigante-de-Guerra capturado, que pode ser restaurado e reprogramado, com sorte.
Cid declara que o barco capturado está fazendo água e não é mais capaz de ficar flutuando, o barco é então rebocado até a praia e enquanto Cid parte para o desmanche da embarcação, o grupo descansa à bordo, ou na praia.
Que marcas são essas no mapa? Por que chamavam a Tomas de Elo? Quantas outras equipes caçadoras de Éspers terá Khador? Será que esses soldados valem mais vendidos como escravos nas ilhas, ou como prisioneiros de guerra à Cygnar?
E o que é esse "gerador de gás alquímico mais-leve-que-o-ar" (ou GeGAMLA) que o Cid encontrou?
No comments:
Post a Comment